TUDO SE DESMORONA
Uma nova ética das relações ambientais
com Ama Josephine Budge, Tabita Rezaire e o maat Climate Collective
Para a esta nova entrada no programa Clima: Emergência > Emergente, juntam-se ao Coletivo Climático duas artistas, Tabita Rezaire e Ama Josephine Budge, com quem vamos re-imaginar as possibilidades de “o humano” e “ser-se humano” indo além do Antropoceno. Com especial atenção às suas recentes obras de arte, consideraremos as suas práticas mais amplas de cura, ativismo e encontro de pessoas, bem como de agricultura e escrita enquanto estratégias para, respetivamente, procurar e dinamizar futuros ecológicos experimentais. Esta sessão procura aventurar-se além das sombras dos antropocentrismos sufocantes, a fim de localizar modos emergentes e reprimidos de auto-humanização, dentro das epistemes e imaginários indígenas que ultrapassam as humanizações convencionais, como estratégias emancipatórias para a criação de novas formas de vida. Dentro das comunidades de prática de pensamento de pessoas portadoras de deficiência, queer e pós-coloniais, entre muitas outras, podemos repensar as nossas formas de sermos humanos, juntamente com duas artistas que exploram e criam imaginários de sermos ou de nos tornarmos humanos no momento ecológico que atravessamos atualmente e através do mesmo.
Tabita Rezaire é o infinito encarnado numa agente de cura, que usa a arte como um meio para desvendar a alma. As suas práticas interdimensionais concebem as ciências de rede – orgânicas, eletrónicas e espirituais – como tecnologias de cura para promover uma mudança para a consciência do coração. Navegando na memória digital, corpórea e ancestral como locais de resiliência, ela mergulha em imaginários científicos para lidar com a matriz omnipresente do colonialismo e com os protocolos de desalinhamentos energéticos que afetam as canções do nosso corpo-mente-espírito.
Ama Josephine Budge é uma escritora especulativa britânico-ganesa, artista, curadora e ativista do prazer cujo trabalho percorre explorações íntimas de raça, arte, ecologia e feminismo, procurando ativar movimentos que catalisam evoluções ambientais e identidades tumultuosamente queer. Atualmente a completar um doutoramento intitulado “Intimate Ecologies: Queer Speculations on Pleasure, Blackness and Art”, as suas instalações mixed-media, filmes e obras textuais foram encomendadas e publicadas a nível internacional. Geralmente, Budge pode se encontrada a sobre-identificar-se com o seu velho Staffordshire bull terrier, a escrever ficção científica e a fingir ler teoria no nordeste londrino.