Orelhas de Peixe

Para o fim de semana de 5 e 6 de junho, a escritora Filipa Ramos propõe uma série de eventos ligados a atividades de escuta subaquática. 
Na tarde de sábado, 5 de junho, o biólogo marinho Carlos A. Assis apresenta os seus estudos de história da escuta de peixes, a que se segue uma conversa entre ele, Filipa Ramos e o artista Nuno da Luz. Depois, ao fim da tarde, realiza-se uma sessão de escuta, com Nuno da Luz, baseada nas suas próprias gravações subaquáticas. 

No domingo, 6 de junho, decorre uma conversa entre a veterinária Teresa Lobo Fernandes, que falará da sua experiência de trabalho no Jardim Zoológico de Lisboa, e Nuno Marques Pereira, veterinário do Oceanário de Lisboa. Juntos, partilharão e discutirão as suas experiências de trabalho como veterinários, concentrando-se particularmente no trabalho com animais marinhos e anfíbios. A seguir à conversa ocorre uma sessão de perguntas e respostas, aberta à participação da audiência, composta por crianças e jovens.

05/06/2021
Sábado
17.00 
Apresentação pelo biólogo marinho Carlos A. Assis.
Conversa com Carlos A. Assis, Filipa Ramos e Nuno da Luz.
Duração: 60 min. 
Público: para todas as idades 

19.00 
Nuno da Luz: (Sessão de escuta) com Ressonância Assistida, 2021 
Duração: 30 min.
Público: para todas as idades 

06/06/2021
Domingo
16.00 
Diálogo com a veterinária de animais selvagens, Teresa Lobo Fernandes, e com o veterinário do Oceanário de Lisboa, Nuno Marques Pereira.
Duração: 60 min.
Público: dos 7 aos 14 anos

Carlos  A. Assis
Licenciado em Biologia (ramo científico e ramo educacional) e doutor em Biologia (especialidade de Ecologia e Biossistemática), pela Universidade de Lisboa. É atualmente, é professor no Departamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigador do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Na dupla qualidade de docente e investigador, tem elaborado vários trabalhos científicos e de divulgação nas suas áreas de especialidade e de lecionação – principalmente em ecologia e em morfologia dos otólitos dos peixes ósseos –, além de conferências técnicas e de divulgação sobre temas diversos. Leciona várias disciplinas nas áreas da Biologia, da Biossistemática, da Biologia Marinha, da Ictiologia, dos Recursos Vivos Marinhos, de Projetos de Investigação em Ecologia Marinha e da História das Ideias em Biologia.

Teresa Lobo Fernandes
Teresa Lobo Fernandes começou por fazer pequenos estágios em zoos durante o curso e, após uma passagem mais longa pelo Zoo de São Francisco nos EUA, alguma persistência e também sorte acabou por entrar no Zoo de Lisboa, onde trabalhou durante 16 anos.  Trabalhou com mais de 200 espécies animais e foi consolidando os seus conhecimentos de medicina de animais selvagens, imobilização, transporte, maneio e reprodução, entre outros. Apresentou trabalhos em reuniões científicas, fez palestras em universidades e congressos e acompanhou muitos estudantes em visitas de estudo ao zoo. Gosta de “comunicar a conservação” e transmitir a sua paixão pelos animais selvagens desde os mais pequeninos aos universitários! Foi co-vet advisor da EAZA para o Lobo Ibérico e é membro da EAZWV (Associação Europeia de Veterinários de Animais de Zoo e Selvagens) e da EAAM (Associação Europeia de Mamíferos Aquáticos).

Nuno da Luz
Nuno da Luz (Lisboa, 1984) é um artista sonoro e editor, com um trabalho que circunscreve tanto o auditivo como o visual na forma de performances, instalações e material impresso, ondulando entre o fabrico de ruído e o fabrico de livros; estes últimos através da editora ATLAS Projectos (em colaboração com Gonçalo Sena). Em 2015, terminou o Programa de Mestrado de Experimentação em Artes e Política, criado pelo filósofo Bruno Latour em Sciences Po, Paris, e fundou o COYOTE – um coletivo interseccional que trabalha em formas impressas, discursivas e experimentais (em colaboração com Tristan Bera, Elida Høeg, Clémence Seurat e Ana Vaz). 

Nuno Marques Pereira
Médico veterinário do Oceanário de Lisboa desde o seu início, 1997, onde se dedica à medicina de animais aquáticos, tendo um interesse especial na anestesia, imagiologia e Medicina da Conservação. Dá aulas na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, onde aborda temas como a medicina de peixes e a Medicina da Conservação. É também consultor em medicina de peixes e anfíbios de laboratório e colabora com o Grupo Lobo e o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. Tem publicado em revistas científicas e participado como orador convidado em congressos e em cursos no âmbito da sua atividade médico-veterinária e é consultor veterinário no “Taxon Advisory Group” (TAG) de elasmobrânquios da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA). Por fim, continua a fazer a tempo muito parcial, medicina de de cães e gatos na Clínica Veterinária João XXI. 

Filipa Ramos
Nascida em Lisboa e residente em Londres, Filipa Ramos é escritora e professora universitária. A sua pesquisa centra-se na forma como a arte e a cultura abordam a ecologia e, em particular, nos modos de a arte contemporânea congregar seres humanos, seres não humanos e máquinas. É curadora do festival Art Basel Film e curadora-fundadora do cinema online Vdrome. É cocuradora da 13.ª Bienal de Xangai (2021) Bodies of Water. O seu próximo livro, The Artist as Ecologist, será publicado pela Lund Humphries em 2022.