LA BÊTE DE WAGNER SCHWARTZ

La Bête de Wagner Schwartz
O Dia do Bicho – programa público da exposição Da calma fez-se o vento de Sandra Rocha
E vê-se muitas vezes que de um corpo
Metade vive já, metade é terra.
– Ovídio
Em diálogo com a exposição Da calma fez-se o vento de Sandra Rocha, o bailarino Wagner Schwartz apresenta La Bête (2005) pela primeira vez em Portugal. O performer manipula a réplica de uma das esculturas da série “Bichos” (1960) de Lygia Clark e, a olho nu, transfigura-se em escultura. A metamorfose do homem em objeto rendeu ao performer a inquietação de um possível exílio, do afastamento do Brasil, como também da cena a partir do ano de 2017 (o público português pôde conferir tal eventualidade no documentário Quem tem medo? — exibido no Doclisboa, em 2022.) O caos existente no encontro da ficção com a realidade desafia a constante evolução dos ambientes onde atuamos ontem e hoje. Nesta performance ou ao seu fim, o público é convidado a participar.
Aviso: A performance inclui nudez.
Esta performance é ocasião para o lançamento do novo livro de Wagner Schwartz, A Nudez da Cópia Imperfeita, publicado pela Editora Nós. O romance oscila entre a ficção e o documental e narra os efeitos dos ataques à performance La Bête, quando apresentada no Museu de Arte Moderna de São Paulo, no dia 26 de setembro de 2017.
Após a sua formação em Letras, Wagner Schwartz (Volta Redonda, Rio de Janeiro, 1972) participa em grupos de pesquisa e experimentação coreográfica na América do Sul e na Europa. Autor de 13 performances, recebeu, entre outros, o prémio Associação Paulista de Críticos de Arte de “Melhor Projeto Artístico” por Piranha, e foi selecionado pelo programa Rumos Itaú Cultural Dança em 2000, 2003, 2009 e 2014. Foi curador da 10.ª Bienal Sesc de Dança, colaborador internacional do Festival Contemporâneo de São Paulo e artista residente em 2016, 2017 e 2018 do Festival Internacional de Teatro de Curitiba. Trabalhou como intérprete para o coreógrafo Rachid Ouramdane, para o diretor de teatro Yves-Noël Genod, para o artista Pierre Droulers e para os cineastas Judith Cahen e Masayasu Eguchi. Em 2018, o seu primeiro livro de ficção Nunca juntos mas ao mesmo tempo foi publicado pela Editora Nós. Em 2021, tornou-se residente da Cité Internationale des Arts, premiado pelo programa Fundação Daniel e Nina Carasso e, em 2022, foi convidado pela ICORN (Rede Internacional de Cidades de Refúgio) para participar na residência PEN International em Antuérpia (PEN Vlaanderen) apoiado por uma subvenção da Open Society Foundations. Vive em Paris.