Fluir Som:
4 Vozes, 4 Sopros
A Robalo, uma associação e editora de música independente, traz ao maat um conjunto de músicos relativamente jovens. Em comum têm o facto de fazerem propostas originais, plenas de mistério, mas também com alguma relação com a tradição do Jazz e da Música Improvisada, denotando uma maneira de estar que é muito habitual nos músicos ligados a esta associação.
Para o primeiro concerto do programa Fluir Som, a Robalo convidou um conjunto de quatro duos voz/saxofone (ou voz/trompete num caso). Já há algum tempo que se observa o aparecimento na cena Portuguesa de alguns grupos com esta formação um pouco exótica e a editora pensou que seria interessante esta possibilidade de ver os grupos todos num só dia, poder ver diferenças e semelhanças e poder igualmente apreciar a vitalidade e a pertinência deste formato.
12:00
Vera Morais / Hristo Goleminov
O tempo que Vera Morais (voz) e Hristo Goleminov, saxofone tenor) partilham enquanto duo é habitualmente passado em processos de desconstrução e justaposição – de sons e de palavras – criando espaço para a coabitação da improvisação com a poesia. Uma seleção de poemas de William Carlos Williams serve como ponto de partida para música de natureza elástica e translúcida; e que deambula sobre os limites entre composição e improvisação e entre a voz e o saxofone.
14:00
293 Diagonal
Joana Raquel (voz) e Daniel Sousa (saxofone) criam um intervalo espontâneo, sensível ao detalhe acústico dos seus instrumentos. Transversal à sua relação, o som molda-se arbitrariamente enquanto expõe as particularidades, semelhanças e diferenças de cada um. Através de uma abordagem pouco convencional, querem criar imagens com ideias geométricas e canções de mãos dadas com a sua narrativa. Dão espaço ao desconforto na exploração do som e a sua origem, com a intenção de desafiar as vulnerabilidades que a formação atípica apresenta.
16:00
Daya
Daya é um projeto Marta Rodrigues (voz) e Bernardo Tinoco (saxofone) que procura explorar a relação musical entre o saxofone e a voz na sua dimensão máxima, através de texturas sonoras, improvisações livres, arranjos e composições destinadas à instrumentação acústica. Jakob Bro, Hermeto Pascoal, J. S. Bach são alguns dos compositores que contribuem para o diversificado repertório deste duo.
18:00
Lump
“Tradicionalmente, e especialmente num contexto típico de grupos de tamanho reduzido, a voz e o trompete desempenham papéis e funções semelhantes: solistas ‘contadores de histórias de melodias’ ou, se houver vários, “formadores de opinião” pontuais. Esse tipo de destaque que parece um dado adquirido vem da linearidade que estes evidentemente apresentam, afinal, são dois instrumentos melódicos. Com este projeto, juntamo-nos para abandonar esses papéis. Sem pretensões de substituir os instrumentos harmónicos que normalmente nos acompanham, trabalhamos no sentido de encontrar outro lugar, desenvolvendo diferentes conceções formais e sonoras que, por consequência, nos levam a explorar o nosso instrumento – uma investigação que embora pessoal, tornou-se uma demanda singular para a nossa formação de duo restrita mas surpreendentemente rica.”
– Mariana Dionísio (voz) e João Almeida (trompete)
Fluir é um programa que desafia o público para uma nova forma de dialogar e comunicar com as exposições do maat. Performances que partem da Palavra, do Som e do Corpo, com escritores, músicos e performers convidados acontecem no espaço expositivo, propondo momentos de imersão, que provocam e criam novas leituras e uma relação fluída com as instalações e outras obras de arte expostas.
Outras correntes:
Fluir Som
Fluir Corpo