Grada Kilomba é uma escritora, uma teórica e uma artista interdisciplinar com um percurso ativo na cena artística de Berlim, a cidade onde vive e trabalha. Nascida em Lisboa, as suas raízes estendem-se a São Tomé e Príncipe e a Angola. A sua obra aborda questões em torno dos temas da política de género e de raça e das ideias de trauma e memória, seja no âmbito das problemáticas atuais sobre o colonialismo e o pós-colonialismo no início do século XXI, seja para investigar as relações ambíguas entre memória e esquecimento, o imaginário coletivo e a identidade africana e das suas diásporas. Evocando as tradições orais africanas e o seu poder de perpetuação da palavra, a obra da artista dá voz a narrativas silenciadas com o intuito de reescrever e recontar uma história que foi negada ou omitida.
Grada Kilomba (n. 1968) tem vindo a explorar práticas artísticas experimentais e interdisciplinares pouco convencionais, utilizando e combinando diferentes meios de expressão; desde a performance e a videoinstalação, até às leituras de palco e palestras, que criam uma interface entre texto e imagem, entre a linguagem artística e a linguagem académica. Mostrando o seu trabalho em Portugal pela primeira vez, a artista apresentou no MAAT a exposição Secrets to Tell. A exposição, a primeira da série MAAT | Project Room, foi pensada a partir da videoinstalação The Desire Project, uma obra especialmente concebida por Kilomba para a 32.ª Bienal de São Paulo (2016), que passou a integrar a Coleção de Arte da Fundação EDP.