O Barco/The Boat é uma instalação da artista Grada Kilomba, composta por 140 blocos, que formam a silhueta do fundo de uma nau e desenham minuciosamente o espaço criado para acomodar os corpos de milhões de africanos, escravizados pelos impérios europeus. No imaginário ocidental, um barco é facilmente associado à glória, liberdade e expansão marítima, descrita como “descobertas” mas, na visão da artista, “um continente com milhões de pessoas não pode ser descoberto” nem “um dos mais longos e horrendos capítulos da humanidade – a Escravatura – pode ser apagado”.
Esta primeira instalação de grande escala de Grada Kilomba, que se estende junto ao Tejo por 32 metros de comprimento, convida o público a entrar num jardim da memória, no qual poemas descansam sobre blocos de madeira queimada, recordando histórias e identidades esquecidas. Que histórias são contadas? Onde são contadas? Como são contadas? E contadas por quem? São questões que se colocam ao entrar nesta instalação.
Grada Kilomba inaugura esta obra com uma performance, em três atos, na qual várias gerações das comunidades afrodescendentes são as intérpretes centrais; tendo a produção musical de Kalaf Epalanga, O Barco/The Boat torna-se um lugar de reconhecimento, um jardim de memória e contemplação do futuro.
Performance I
03/09/2021, 18.00
Conversa com a artista
04/09/2021, 16.00
Performance II
25/09/2021, 17.00
Performance III
17/10/2021, 16.00
Comissão e produção: BoCA – Biennial of Contemporary Arts
Coprodução: MAAT – Museum of Art, Architecture and Technology, Staatliche Kunsthalle Baden-Baden
Parceria: Câmara Municipal de Lisboa / EGEAC, no âmbito do Lisboa na Rua’21
Apoio à produção: ArtWorks