Sei Miguel: quarteto
Swing Ratio
Toda a possibilidade métrica pode ser encarada com swing. E o swing não se relaciona unicamente com ritmos, mas também com a natureza de cada som. Creio que o "swing" é, na sua essência, melódico; as seis fases da composição Swing Ratio, aqui para quarteto, procuram evidenciar os quatro estados fundamentais do assunto numa espécie de narrativa.
Na música, interessa-me cada vez mais relacionar, unificar, e – porque não? – simplificar na medida do que me é possível...
Sei Miguel
Sei Miguel, trompete
Fala Mariam, trombone
Bruno Silva, guitarra
Luís Desirat, bateria
Biografia
Sei Miguel toca o seu trompete (de bolso) com consciência plena da história do jazz, permanecendo aberto — enquanto diretor e arranjador — a ilimitadas fontes de possibilidades sonoras.
Ao longo de quatro décadas de continuada e exigente atividade, Sei Miguel foi aperfeiçoando um sistema musical próprio, que lhe permite levar peças detalhadas a um estado de rigor assinalável.
Música muito particular e executada com rara intensidade, o jazz que o trompetista pratica reveste-se de múltiplas singularidades: a maneira como (nas palavras dele) “tempo e espaço, silêncio e timbre são exclusivamente usados em composição”, os materiais temáticos, as temáticas do seu conceptualismo, muitas vezes a própria ideia de orquestração, e ainda a importância maior transmitida aos executantes, tornados “expoentes de uma micro-tradição”.
Sei Miguel nasceu em Paris em 1961. Viveu no Brasil e em França até se radicar em Portugal nos anos de 1980. A sua discografia, de Breaker (1987, Ama Romanta) a Tone Gardens (2006 Creativa Sources), passando, entre outros, pelo decisivo Showtime, de 1996, é hoje difícil de encontrar, pelo que importa sublinhar que a editora Clean Feed está apostada em paulatinamente pôr cá fora a totalidade da sua obra: Esfíngico/suite for a jazz combo (2010), Salvation Modes (2014), (Five) Stories Untold (2016).