Poética da Alegria Anticolonial
por Luiza Prado
O sofrimento é um dos produtos mais fundamentais da colonialidade. Dentro de um sistema concebido para estabelecer uma hierarquia de subjetividades e exercitar violentas formas de exploração, este sofrimento pode, às vezes, parecer inescapável. A resistência a este sistema, porém, sempre floresceu mesmo nas circunstâncias mais difíceis. Aqueles que vivem às margens no mundo colonial aprenderam a criar continuamente futuros novos, mais justos, mais alegres. Nesta talk, vamos explorar o conceito de alegria como uma faceta fundamental da luta anticolonial através de discussões de práticas do Sul Global nos campos do design, da arte e da arquitetura.
Programa de investigação interdisciplinar da arte, da arquitetura e do design assente em processos de transformação e política, em parceria com o COW - Center for Other Worlds, Centro de Investigação em Design e Arte - Universidade Lusófona.
Luiza Prado de O. Martins é uma artista, escritora e investigadora cujo trabalho examina temas em torno da fertilidade, reprodução, colonialismo, género e raça. O seu projeto de investigação artística em curso, A Topography of Excesses, analisa os encontros entre seres humanos e vegetais no contexto da medicina reprodutiva herbalista, abordando estas práticas como expressões de cuidados radicais. Desde 2019, alargou o âmbito desta investigação, desenvolvendo um corpo de trabalho que oferece uma crítica do conceito racista de "superpopulação" no contexto da atual crise climática com o projeto Os Conselhos do Pluriversal: As Temporalidades Afectivas da Reprodução e a Crise Climática. Faz parte do conselho curatorial do transmediale 2021 e é membro fundador da Decolonising Design. Está atualmente sediada em Berlim, Alemanha.