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ORLAN: WORKSHOP + CONVERSA
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Terminou
30/09/2022 - 02/10/2022
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ORLAN: workshop e conversa

Fenómenos da sociedade e distância crítica e artística
Performance e artes visuais

Chocou o mundo nos anos 90 ao realizar a performance “A reencarnação da Santa ORLAN”, uma série de nove cirurgias plásticas que foram transmitidas via satélite para diversos museus e galerias de arte da Europa. ORLAN inspirou-se na Vénus de Botticelli, para mudar o queixo, na Mona Lisa para mudar a testa e na Europa de François Boucher para mudar os lábios, para além de implantar chifres nas laterais da testa. Um corpo constantemente invadido e manipulado pela violência da opressão heteronormativa, que deseja controlá-lo, e por biotecnologias, que pretendem modelá-lo à luz de padrões estéticos.

Hoje, trinta anos depois, naturalizámos as alterações de identidade sobre os nossos corpos, mas através de filtros digitais e outros meios tecnológicos que não inscrevem transformações profundas na carne. Durante as operações, apesar da anestesia, ORLAN mantinha-se consciente e misturava crânios, frutas e legumes no cenário, lia textos ou fazia desenhos com os dedos e o seu próprio sangue: “Eu queria falar sobre o quanto se maltrata o corpo das mulheres. (...) Fui muito radical, todos pensam que sou um monstro". 

ORLAN é uma das mais importantes artistas francesas, autora do manifesto “A Arte Carnal”. Usa a escultura, a fotografia, a performance, o vídeo, o 3D, os videojogos, a realidade aumentada, a inteligência artificial e robótica, além de técnicas científicas e médicas, como a cirurgia e a biotecnologia, para questionar fenómenos sociais do nosso tempo. A artista enaltece a liberdade do corpo e de si própria, com obras que são protestos contra os paradigmas sociais e os padrões de beleza.

A convite da BoCA, neste seu primeiro workshop em Portugal, ORLAN propõe que cada participante escolha um aspeto da sua obra que queira explorar, para desenvolver uma proposta artística relacionada com um fenómeno da sociedade. ORLAN questiona o status do corpo na sociedade através de todas as pressões sociais, culturais, tradicionais, políticas e religiosas que estão inscritas na carne, nos corpos e particularmente nos corpos das mulheres. Assim, ao longo de três dias, cada participante situará e desenvolverá a sua própria abordagem artística a partir de conceitos identificados na obra de ORLAN.

Conversa pública com ORLAN e moderação de Alexandre Calado.
30/09/2022, 19.00–20.00

Nascida em Saint-Étienne, França, em 1947, Mireille Suzanne Francette Porte adotou o pseudónimo ORLAN em 1962. Em 1964, a primeira peça performática da artista, Action Or-lent: les marches au ralenti dite au sens interdit marcou o início de uma carreira prolífica e multidisciplinar. Produzido entre 1974-1975, Strip-tease occasionnel à l’aide des draps du trousseau foi um dos primeiros trabalhos fotográficos de ORLAN. A série provocadora, que viu a artista enrolar-se em lençóis manchados de sémen para assumir o papel da Vénus de Sandro Botticelli, foi um exemplo de duas práticas que se tornariam centrais no seu trabalho: a subversão de ícones religiosos e a rejeição do olhar masculino. Esses temas talvez sejam mais evidentes sobretudo nas suas obras de “arte carnal”; modificações corporais cirúrgicas sofridas e documentadas pela artista ao longo da década de 1990. 
Como uma artista autodenominada feminista, ORLAN usa a fotografia, a escultura, a performance e até a bioarte para explorar e rejeitar os papéis tradicionalmente passivos atribuídos às mulheres na arte e na sociedade. A importância e a pungência dessas obras significam que elas hoje são mantidas nas coleções do J. Paul Getty Museum, Los Angeles, do MoCA – Museum of Contemporary Art, Los Angeles, e do M HKA – Museum of Contemporary Art Antwerp, e são continuamente exibidas por museus e galerias por todo o mundo.
ORLAN recebeu alguns prémios e distinções como Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras (2013), medalha de Chevalier de l'Ordre National du Mérite (2010), Prémio de Excelência Feminina pelo Ministério das Relações Exteriores da Itália (2017), Prémio 100 Heroínas da Royal Photographic Society (2018), Prémio Especial Mulher do Ano, concedido pelo príncipe Albert II do Mónaco, Professora Emérita da Academia de Belas Artes de Roma (2019) e medalha da Ordem Nacional da Legião de Honra no grau de Chevalier (2020).
Em 2022, ORLAN expõe no Museu de Arte Moderna e Contemporânea des Abattoirs em Toulouse para apresentar o seu Manifeste ORLAN, Corps et Sculptures e apresenta no Museu Picasso, em Paris, Les femmes qui pleurent sont en colère.

 

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