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FUSO – OBRAS SELECIONADAS OPEN CALL 2022
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24/08/2022 - 24/08/2022
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FUSO. Open Call 2022 

Em 2022 foram submetidas 193 candidaturas ao Open Call do FUSO, um sinal da vitalidade da cena contemporânea portuguesa. A seleção que aqui se apresenta é da responsabilidade de Jean-François Chougnet, diretor artístico do FUSO, e é apresentada no dia 24/08/2022, nos jardins do maat. 

A estes trabalhos vão ser atribuídos dois prémios: o Prémio Aquisição Fundação EDP/MAAT, para a melhor obra eleita pelo júri presidido por Margarida Chantre (Fundação EDP/MAAT), e o Prémio Incentivo Ar.Co - Centro de Arte e Comunicação Visual, atribuído pelo público, que consiste numa bolsa de estudos para frequência de um ano letivo de "Projeto Individual" no departamento de Cinema/Imagem e Movimento desta escola.

Obras selecionadas

Hoji Fortuna
Caminhos do Mar, 2022
5’9’’

Uma reflexão sobre colonização desumanização, romantização e apagamento históricos.
Escrita, produção e realização: Hoji Fortuna
Interpretação: Izilda Mussuela
Música: Pedro Abreu
Edição: Ivor Šonje
Som: Jorge Cabanelas, Vešeslav Laboš and Tihomir Vrbanec
Direção de Fotografia: Jaime Adão.

Sara Carneiro
Capítulo Um: A Chegada
5’50’’

Este filme é uma re-imaginação das viagens marítimas realizadas durante a expansão portuguesa. O óleo de motor queimado cria imagens abstratas, e elementos simbólicos como as estrelas, velas e areia contam uma história da travessia do oceano e usurpação de terras. O mar, as paisagens sombrias dos céus noturnos, os movimentos subtis das nuvens e das ondas relatam a passagem do tempo e a expectativa crescente da chegada. Capítulo Um: A Chegada é uma reflexão sobre a história. Uma tentativa de compreender o desenrolar de eventos que criou momentum para que a história fosse moldada. A importância de re-visitar o passado, como se pudéssemos mudá-lo, e reescrever a narrativa dos “heróis” e “conquistas” que marcaram uma época. O uso de óleo de motor preto queimado conecta a viagem aos dias de hoje. Este líquido personifica o sistema capitalista, a ganância e a exploração dos recursos naturais, e relembra-nos que o projeto colonial ainda prevalece-

Marcelo Mosqueta
Pau Brasil, 2020
4’30’’

No vídeo, uma mão vai retirando pouco a pouco cada um dos acúleos (espinhos superficiais) que habitam o tronco de Pau Brasil. Quando jovem, essa árvore apresenta a cobertura de acúleos que serve muito bem para afastar predadores, funcionando como uma defesa natural até seu crescimento, quando então, deixa cair naturalmente tais defesas e torna-se uma árvore frondosa.
Estreitamente ligada à constituição de nossa nação, por ter sido um recurso explorado à exaustão e de certa forma ter batizado o nome de nosso território, o pau-brasil é uma árvore muito pouco conhecida ou mesmo vista nas paisagens brasileiras.
O som da floresta que preenche a atmosfera do vídeo nos primeiros minutos vai dando lugar à um ruído artificial, mecânico ao mesmo tempo em que a presença da floresta e das características naturais da planta vai sendo alterada. Uma ação simples, mas violenta ao extremo, assim como nosso processo civilizatório em que tudo aquilo que definia a identidade dessas terras e nossa cultura ancestral foi sendo suprimida.
Como uma madeira aplainada, sem nuances ou quaisquer imperfeições, continuamos numa eterna disputa entre manter as raízes que nos constituem nação ou render-nos à influências dominantes, globais e estrangeiras, que retiram lentamente o que temos de mais valioso, aquilo que nos dá o próprio nome, nossa cor de brasa verde e amarela, mas vermelha por princípio, porque vem do interior da terra e do interior do ser.

Maxime Martinot
Os Antílopes, 2020
8’20’’

 “Um dia, nas costas de Marrocos, há cento e cinquenta anos, milhares de antílopes atiraram-se ao mar em conjunto.”
– Marguerite Duras

Léna Lewis-King
De Luz/Of Light, 2020
6’55’’

Filmado durante o encerramento de 2020, De Luz/Of Light explora percepções fugazes e rituais cíclicos das paisagens costeiras portuguesas, especificamente em redor do Farol do Cabo Sardão em Beja, e constrói uma narrativa audiovisual complexa através da colagem de vários ritmos naturais (tais como o sol e o movimento do mar).
Banda sonora: Michelle Lewis-King.
 

Tiago Bastos (Adversa/Caspae)
Untitled (Active Citizens), 2021
3’00’

Produzido no contexto do programa Cidadãos Ativos para o Projeto Agentes de Transformação—3C's, e despido de nomes e números, Untitled representa um surreal olhar sócio-comportamental sobre os filhos de pais encarcerados.
Realização: Tiago Bastos Nunes
Produção: ADVERSA — Bernardo Neto Parra, Tiago Bastos Nunes
Sonoplastia: António Sá;
Participação: André Bernardo Medina, Daniel Anjo, David Anjo, Gabriel Gomes, Guilherme Santos, Júlia Pratas, Laura Pratas, Miguel  ngelo Henrique, Miguel Oliveira, Rúben Henriques, Vitória Tomaz
Um projeto: Active Citizens gerido por CASPAE
Financiamento: Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Bissaya Barreto

Júlio F. R. Costa
Where have all the hearts gone?, 2022
6’00’’

Um diálogo acerca de corações e vazio.

José Taborda
Dois mil e vinte, 2021
0’48’’

Dois mil e vinte consiste em duas pessoas a jogar um jogo modificado de quatro em linha. Contudo, as fichas foram especialmente fabricadas em acrílico cristal. Sendo impossível acompanhar a sua posição, e desta forma nunca chegar a um veredicto de vencedor ou vencido. Surge como uma procura de encapsular a sensação constante em tempos recentes. Onde a interactividade e a comunicação foram amplamente alteradas. Contudo também provoca uma sensação de esperança ou adaptabilidade, pois ambos os jogadores, mesmo com condições adversas continuam a jogar como se de um jogo normal se tratasse. Quando o vídeo repete (loop) surge uma nova oportunidade para um desfecho diferente (mas rapidamente atinge o mesmo final). Não apenas associado à questão pandémica, pode ser também experienciado como um exercício sobre percepção e propósito. Se removermos uma característica fundamental de algo, no que se torna?

Inês Norton
Aseptic Synesthesia, 2022
10’00’’

Aseptic synesthesia é uma instalação de vídeo e som. A partir de uma seleção de diferentes narrativas, pretende-se o “jogo” de perceção entre o contacto direto e o contacto mediado, com a matéria orgânica. O diálogo entre o natural/original e o artificial/sintético, apresenta o paradigma de uma sociedade apoiada no avanço incrivelmente rápido da tecnologia que resulta na urgência quase gritante do retorno aos contornos do que nos define enquanto seres, no sentido de darmos continuidade à nossa ordem, neste equilíbrio frágil que tendemos a desafiar. Percecionamos a “realidade” através do ecrã, que apesar de lhe conferir a máxima definição e “híper-realismo”, não substitui, no entanto, as suas qualidades hápticas e sensoriais. Pretende-se a reflexão de como cada vez mais, desempenhamos predominantemente um papel de recetores parciais, ficando relegada para segundo plano a nossa inata capacidade de interação. A par das imagens, é proposta uma narrativa sonora. Partindo de uma perspetiva futurista, é relatada a realidade fora do enquadramento do ecrã. “In a glimpse”, este ser, viajante do tempo, tem acesso á realidade sem filtros e relata a sua experiência altamente sinestésica. O toque, o cheiro, as cores, adquirem assim uma nova dimensão, até então absorvida pela desconexão inevitável de uma suposta evolução do Homo Sapiens ao Homo Ecranis... (...) A identidade das coisas é inalcançável, porque o telespectador não vai para além do carácter bidimensional da imagem. (Failla, 2002:47)

Gui Athayde
A essência de ser uma bicha, 2022
2’29’’

Fado Bicha é um projeto que envolve música e ativismo, abordando o fado com questões sobre expressão de gênero e representação da comunidade LGBTI. Neste ensaio visual, Lila Tiago e João Caçador, artistas que criam o projeto, conversam sobre crescer, Portugal, gênero, fado e identidade bicha.

Gabriela Vaz-Pinheiro
Vanishing Act, 2022
4’10’’

Quando desaparecer é existir. Ser uma imagem aos olhos de outrem. Actos de desaparecimento são a impossível viragem de existir em público. Um corpo. Um corpo que é olhado. Uma imagem que pertence a outros. Fugaz e centrífuga.
Depoimentos na primeira pessoa recolhidos anonimamente ao longo do tempo. Tal como as palavras, a performance, executada por Rebecca Moradalizadeh, é deslocalizada para um outro corpo, tornando a experiência transversal, não mais anónima mas no entanto sem nome.

Leonor Sousa
Vermelho - Vídeo Ensaístico, 2022
6’32’’

Localização: Marvila, Lisboa, Portugal.
Formas movimentam-se pelo ecrã. Quatro pontos andam sobre o quadriculado.
De um lado, para o outro. O que são? Traçam caminhos, procuram lugares. De um lado, para o outro. Uma busca incessante do percurso a traçar, do movimento a executar. De um lado, para o outro. Projeto desenvolvido em contexto de residência artística LisbonWeek'22, em Marvila, Lisboa, Portugal.
Com a premissa ' o trabalho' como tema a explorar na residência, o vídeo procura, através de diversos ensaios, a exploração do movimento criado pelo conjunto de corpos no espaço. Materializa-se visualmente o esforço na execução de uma tarefa assinalada pelo stop-motion.

Ricardo Leandro
Purpose sound, 2022
1’12’’

À vez, várias bolhas de sabão entram num espaço público onde existe um microfone. É aqui que lhes é permitido brilhar, onde podem ser admiradas e "ouvidas", mas a única coisa que iremos ouvir, é o seu fim. A sua durabilidade é breve e fugaz e o espaço volta a ficar vazio, sem mensagens. Quem chega a estes espaços e quem tem algum tipo de exposição, pode usá-lo para um propósito, mas na maioria dos casos, a médio ou a curto prazo, a sua mensagem será efémera e irrelevante face aos seus actos. Esta incontrolável performance de durações variáveis tem o intuito de fazer perceber que, tal como as bolhas, todos se movimentam de formas diferentes num espaço público. Aos olhos do espectador todas estas intervenções terão um fim garantido. Mais importante que o seu percurso até ali, é saber quando será o seu fim, e como é que as próximas bolhas se vão comportar ao chegarem a este espaço público, partindo sempre do princípio que todas partilham o mesmo propósito: rebentar.
 

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