Desde o início da sua trajetória que Catarina Dias tem desenvolvido uma obra centrada na prática do desenho e da pintura, bem como as derivações plásticas e conceptuais desta. Em INVERTED ON US a artista dá continuidade a um trabalho em torno da questão do enigma da visibilidade: o mistério das imagens e das palavras, das suas transparências e dissemelhanças, analogias e metamorfoses, espelhos e fantasmas que lhes dão existência. Através da incorporação de palavras e versos poéticos sobre imagens que advêm de uma fragmentação e justaposição que são nucleares ao universo visual da artista, Catarina Dias propõe um confronto entre o aparente e o imperceptível, o legível e o indecifrável, num apelo à atenção do olhar do espectador, revelando campos e dimensões sobre os quais este não está treinado a reparar.
«Tal como a chama acesa que não possui sombra no mundo real, também a energia fulgurante que compõe estas obras não se permite existir mediante sombras ou ilusões. É, pois, através destes lampejos de luz que constituem determinadas obras de arte que se pode, porventura, revelar o modo como a experiência do real se completa verdadeiramente.» escreve Filipa Correia de Sousa, curadora da exposição.
Catarina Dias (Londres, 1979) vive e trabalha em Lisboa. Após realizar o Curso Avançado no Ar.Co, Lisboa, em 2002, concluiu o Mestrado em Artes Plásticas pela Byam Shaw School of Art, Londres, em 2003. Das suas exposições individuais, destacam-se THROUGH WET AIR, Pavilhão Branco, Galerias Municipais de Lisboa (2024), WE KNOW YOU DON’T SEE US, Project Space, Encounter e Galeria Jahn und Jahn, Lisboa (2023), Mamute, Galeria Vera Cortês, Lisboa, (2019). Destaca-se ainda o happening THIS IS HEAT, Old School #42, Lisboa (2016). Das várias exposições coletivas em que participou, são de realçar Contravisões, A Fotografia na Coleção António Cachola, Museu de Arte Contemporânea de Elvas (2023), COME HERE THERE’S SOMETHING I WANT TO SHOW YOU, com Corita Kent, UPPERCUT, Lisboa (2019), 10000 anos depois entre Vénus e Marte, Galeria Municipal do Porto (2017), The Colour of an Eclipse, com Pedro A.H. Paixão, Ar Sólido, Lisboa (2016), entre outras. Catarina Dias tem vindo a colaborar desde 2012 com os artistas e coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz em diversos projetos cenográficos.
A sua obra encontra-se presente em várias coleções públicas e privadas, nomeadamente: Coleção de Arte Fundação EDP, CACE – Coleção de Arte Contemporânea do Estado, Coleção da EGEAC/Câmara Municipal de Lisboa, Coleção António Cachola, Coleção Armando e Maria João Cabral, Coleção de Arte Moderna e Contemporânea – Norlinda e José Lima, Coleção da Fundação Ilídio Pinho, entre outras. O seu trabalho é representado pela galeria Jahn und Jahn. Em 2011, foi nomeada para o Prémio Novos Artistas Fundação EDP.
Mecenas MAAT:
Material de Apoio
Fotografia: Bruno Lopes
Fotografia: Bruno Lopes
Fotografia: Bruno Lopes